Sabe quando uma pessoa diz que está "estressada a ponto de arrancar os cabelos com as próprias mãos"? Pois então, dependendo do nível de estresse, essa pessoa nem vai precisar se esforçar na hora de puxar os cabelos, porque eles vão cair sozinhos.
Isso acontece porque, em meio a uma rotina cada vez mais agitada e exigente, o estresse é uma presença constante na vida de muitas pessoas. Além dos impactos emocionais e físicos já conhecidos, há uma relação íntima entre o estresse e a queda de cabelo, o chamado Eflúvio Telógeno.
O médico Silvestre Silveira, de Araguaína, especialista em dermatologia e transplante capilar, explica que a alopecia, nome científico da calvície, pode ter diversas causas e uma delas é a influência do estresse crônico.
“Níveis elevados de estresse por um longo período de tempo podem desencadear alterações hormonais que afetam diretamente o ciclo de crescimento dos cabelos. Quando o estresse é prolongado, a produção de hormônios, como o cortisol, aumenta consideravelmente. Esse excesso pode interromper a fase de crescimento dos fios, levando-os a entrar prematuramente na fase de repouso, resultando em uma queda acentuada”, informa Silvestre.
Eflúvio Telógeno em detalhes
Trata-se de uma condição em que um número significativo de folículos capilares entra na fase telógena, também conhecida como fase de repouso, antes da hora. Normalmente, o cabelo passa por um ciclo de crescimento que inclui as fases anágena (crescimento ativo), catágena (transição) e telógena (repouso/dormência). Durante a fase telógena, o cabelo não cresce e eventualmente cai, sendo substituído por novos fios em crescimento.
Comum em homens e mulheres, esse distúrbio capilar geralmente é temporário e reversível, embora possa causar certo alarme devido à quantidade de cabelo perdida em um curto período de tempo.
Meditar ajuda?
“A solução para essa condição não é apenas reduzir o estresse, mesmo que isso seja altamente recomendado para a saúde geral. É importante procurar orientação médica ao notar uma queda significativa de cabelo, especialmente se associada a um período estressante. É o médico que irá avaliar o histórico, realizar exames e determinar se a queda está, de fato, relacionada ao estresse ou a outros fatores”, explica Silvestre.
Geralmente o Eflúvio Telógeno é autolimitado, o que significa que o cabelo costuma voltar ao seu ciclo normal de crescimento sem necessidade de intervenção. Mas é fundamental abordar a causa da condição. Uma dieta equilibrada, gerenciamento do estresse, tratamento de distúrbios hormonais e a revisão de medicamentos em conjunto com orientação médica podem ajudar a acelerar a recuperação capilar.
Transplante Capilar
Em casos mais avançados, quando a perda capilar é significativa e irreversível, muitas pessoas optam por procedimentos, como o transplante capilar. A técnica conhecida como Fio a Fio (FUE, na sigla em inglês) é uma das abordagens mais modernas e eficazes.
“Nesse procedimento, os folículos capilares são retirados de áreas doadoras do próprio paciente e transplantados para as áreas afetadas. A FUE é uma técnica não invasiva, permitindo uma recuperação mais rápida e resultados naturais, sendo muito importante devolver a autoestima do paciente”, finaliza o médico.