Representantes dos Povos Ãwa e Iny (Javaé e Karajá) assinaram um contrato inédito no estado do Tocantins na última quinta-feira, 14 de junho, visando a implantação do projeto Ilha do Bananal+.
O objetivo é implementar o REDD+ (Redução de Emissões Resultantes do Desmatamento e da Degradação de Florestas) um mecanismo desenvolvido no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas (ONU) que recompensa financeiramente comunidades que preservam as florestas diminuindo a poluição e o avanço das mudanças climáticas.
Será a primeira vez que o mecanismo será implementado no Tocantins. A implantação será feita pela empresa colombiana Biofix Consultoria, que ainda em 2021 entrou em contato com a diretoria do Instituto indígena do Tocantins (INDTINS). Desde então o Instituto trabalhou para consultar as comunidades indígenas sobre sua opinião em relação ao Projeto Narubia Werreria.
“É um feito histórico para o Tocantins, o primeiro projeto REDD+ para um povo indígena, e nós do INDTINS nos orgulhamos de termos trago o projeto com a Biofix e articulado junto aos povos da Ilha do Bananal! É uma oportunidade de protegermos a nossa Terra, florestas e rios e fortalecer os povos e suas organizações e projetos de futuro", destacou o presidente do INDTINS.
Com o contrato assinado, os próximos passos são garantir a legitimidade do processo perante as organizações internacionais, realizar a certificação de carbono presente nas florestas do território indígena e ainda estruturar os projetos onde o recurso advindo do REDD+ será implementado.
Darci Javaé, cacique da aldeia São João expõe a expectativa após a assinatura do contrato: “Nós estamos muito ansiosos para esse projeto, estamos sonhando muito com vários projetos”.
Depois do sucesso em conseguir consultar as comunidades indígenas e iniciar o projeto de implementação do REDD+, o INDTINS tem planos de repetir o processo com outras indígenas do Tocantins, de modo a garantir a proteção de seus territórios e de suas florestas.
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