Famílias que dependem de benefícios sociais para conseguir o sustento diário precisam atualizar os dados do Cadastro Único, ou CadÚnico, e o prazo foi prorrogado pelo governo federal. Somente no Tocantins, mais de 340 famílias possuem cadastro. Caso não façam, podem perder a inscrição no Auxílio Brasil ou Tarifa Social de energia elétrica. O prazo terminaria neste mês.
Morando há quatro meses em Palmas, Selma Silva ainda não conseguiu emprego. Ela se vira como pode para conseguir sobreviver e ajudar nas contas da casa onde mora. “É um pouco complicado para quem está desempregado. Onde eu moro são três pessoas então tem que dividir tudo. E quando não tem emprego não é positivo”, disse.
Também sem emprego, Fátima Freire ainda batalha para conseguir cuidar dos diversos problemas de saúde que tem, que a impedem de voltar ao mercado de trabalho. “Minha coluna está toda comprometida com hérnia de disco, tem desvio e tenho que fazer uma cirurgia de R$ 40 mil e não tenho esse dinheiro”, lamentou.
Para tentar conseguiu benefícios, ela procurou um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), em Palmas, para fazer o CadÚnico e tentar conseguir os benefícios a que tem direito.
Prorrogação
Conforme o governo federal, famílias com cadastro desatualizado desde 2016 ou 2017 devem atualizar os dados até 14 de outubro deste ano. O cancelamento do cadastro ocorreria em dezembro.
No Tocantins, 337.051 mil famílias estão cadastradas no CadÚnico, porém mais 253.761 mil aguardam pelo benefício. Quem atualizou o cadastro a partir de 2018 será convocado posteriormente.
Conforme a Secretaria do Trabalho e Assistência Social (Setas), 146 mil famílias são atendidas pelo Auxílio Brasil no Estado, ou seja, quase 10% da população tocantinense.
“Ainda temos algumas famílias aguardando o governo federal fazer a seleção do Auxílio Brasil. É importante que essas famílias mantenham seu cadastro atualizado”, reforça assistente social da Setas, Régina Mercês, sobre a orientação.
Problema social
O aumento da pobreza, reflexo da instabilidade econômica, que gera impactos negativos na sociedade e faz com que mais famílias dependam dos benefícios para conseguirem sobreviver, conforme explica o sociólogo Willian Nozaki.
“O aumento da desigualdade, que também se expressa no retorno do Brasil ao Mapa da fome. Mais da metade da população brasileira vive em insegurança alimentar e todos esses fatores fazem com que a necessidade de busca por vales, benefícios e auxílio seja cada vez maior”.