Modelo teria denunciado crime em novembro de 2020.
Após quase dois anos, o inquérito policial que investigava o senador Irajá Abreu (PSD) por suposto estrupo contra uma modelo de 22 anos, em um flat do Itaim Bibi, um dos bairros mais nobres da capital paulista, foi arquivado. O crime teria sido cometido em novembro de 2020.
A juíza Tania Silva Amorim Fiuza, do Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo), determinou o arquivamento do inquérito após a manifestação da promotora de Justiça Eliana Faleiros Vendramini Carneiro.
De acordo com a promotora, “nenhum elemento dos autos traz indícios de que a vítima tenha tido eventual resistência diminuída ou impossibilitada por um ato do investigado. Esse nexo causal não existe nos autos”.
DEFESA DO SENADOR
A defesa do senador Irajá reafirmou, em nota, “como sempre fez questão de ressaltar, que ele jamais cometeu qualquer ilícito, atitude imoral ou inadequada”.
“O arquivamento do Inquérito Policial é a maior prova disso. Todas as provas evidenciaram de que não houve qualquer violência ou abuso, bem como se reconhecendo que a acusação era leviana", destacou a nota.
VERSÃO DA MODELO
Segundo o boletim de ocorrência, registrado no 14º Distrito Policial, a jovem disse ter conhecido Irajá Silvestre em um almoço no Jockey Clube e que, no começo da noite, foram à casa noturna Café de La Musique.
A jovem relatou que, na balada, tomou bebidas alcóolicas e perdeu a consciência. Depois, ela disse à polícia que acordou, na madrugada desta segunda-feira, em um flat do senador no Itaim Bibi, na Zona Sul da capital.
A vítima disse que acordou com o senador penetrando-a e dizendo frases como "você é minha" e "agora você é minha, estou apaixonado".
Segundo o boletim de ocorrência, naquele momento, a jovem não resistiu nem tentou tirar o senador de cima do seu corpo porque temia por sua segurança. Em seguida, ela se trancou em um banheiro e chamou ajuda de uma amiga por meio de mensagens por celular.
A modelo contou que, ao sair do banheiro após a chegada da amiga, tentou agredir o senador e foi à recepção do flat pedir ajuda policial. Ela passou por exames clínicos.
DEPOIMENTO DO SENADOR
Em depoimento à Polícia Civil sobre o caso, o senador afirmou que conheceu a jovem quando foi convidado para almoçar por um amigo e que conheceu três mulheres no restaurante, entre elas, a vítima. Ele afirma que os dois conversaram e trocaram telefones.
Segundo o senador, a jovem deixou o restaurante dizendo que iria a uma uma festa em uma casa e, em seguida, enviou mensagens incentivando ela ir ao local, onde os dois começaram a "ficar".
De lá, foram para o “Café de La Musique”, na Zona Oeste, onde o senador contou que eles começaram a instigar um ao outro sexualmente. Foi então que o parlamentar afirmou que os dois saíram da boate e foram a pé para o flat dele, que fica do lado da casa noturna. Ele disse que os dois estavam alcoolizados, mas que nenhum estava inconsciente.
O senador contou que eles fizeram sexo oral também um no outro, e que, após o sexo, ficaram conversando amenidades. Após o sexo, ele diz que ela entrou no banheiro e demorou. Foi quando a amiga dela enviou mensagem pra ele perguntando o que estava acontecendo, dizendo que a jovem teria mandado mensagem com a localização e alegando que ele tinha agredido ela.
Irajá Silvestre Filho conta que autorizou a amiga a subir no flat e quando a amiga bateu na porta do banheiro, a vítima saiu e tentou chutá-lo e que quis sair nua no corredor.
Em seguida, o senador diz que ligou para um advogado e foi até a delegacia prestar depoimento.