Durante a manhã foram cumpridos mandados de busca e apreensão em cidades do Tocantins, Pará, Minas Gerais e São Paulo. Grupo vendia minério para joalheiras e faturava, por mês, R$ 300 mil líquidos.
Imagens de satélite obtidas pela Polícia Federal revelam o tamanho da área devastada por uma quadrilha que explorava e comercializava ouro de forma ilegal. As fotos mostram inúmeras barragens de onde o grupo extraía o minério sem licenças ambientais ou autorização da Agência Nacional de Mineração (ANM). Na manhã desta terça-feira (5) a PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra os investigados.
O garimpo ilegal investigado pela Operação Mercúrio funcionava em uma propriedade rural entre os municípios de Tucumã e São Felix do Xingu (PA) com aproximadamente 700 alqueires de terra. A área explorada segue por uma linha invadindo, inclusive, áreas de reserva.
"Posteriormente esse produto era trazido até a cidade de Araguaína, onde era armazenado, e depois encaminhado ao estado de São Paulo, onde era comercializado em joalherias de forma ilegal", explicou o delegado da Polícia Federal Allan Reis.
As investigações apontaram que o grupo tinha um lucro líquido de aproximadamente R$ 300 mil por mês e um dos investigados chegou a movimentar R$ 20 milhões em um único ano.
Uma parte do dinheiro arrecadado era utilizada para comprar mais fazendas e gado no Pará e Tocantins. Só em nome do suspeito de chefiar o grupo há pelo menos 2 mil alqueires de terra nos dois estados. Juntos, os quatro investigados tem mais de 8,6 mil alqueires, sendo que em pelo menos duas propriedades havia extração de ouro.
A operação
Na manhã desta terça-feira (5) a Polícia Federal cumpriu seis mandados de busca e apreensão em cidades do Tocantins, Pará, Minas Gerais e São Paulo. A ação foi chamada de Operação Mercúrio.
Os mandados foram sendo cumpridos em Araguaína, Tucumã (PA), Uberlândia (MG) e São José do Rio Preto (SP). Segundo a PF, uma pessoa foi presa por porte ilegal de arma de fogo.
As investigações tiveram início no ano de 2018 quando um morador de Araguaína foi identificado por extrair ouro ilegalmente.
Segundo a PF, o cumprimento das ordens busca encontrar mais elementos que permitam a identificação de todo fluxo financeiro, extração e comercialização ilegal do ouro pelo grupo. Assim como apurar o tamanho do dano ambiental causado pelas extrações ilegais.
Os investigados poderão responder pelos crimes de extração ilegal de minério, usurpação de bens da união, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As penas máximas somadas podem chegar a 24 anos de reclusão.
O nome da operação “Mercúrio” faz alusão a substância que utilizada na mineração do ouro, servindo de ímã para grudar os pedaços menores do minério, tornando-os mais visíveis e fáceis de serem separados, sendo utilizado em larga escala pelos garimpeiros ilegais.