Corporação ficou 10 anos sem concurso público e, com aval do Governo do Tocantins, 23 aprovados no último certame foram chamados.
Depois de dez anos sem concurso público e prestes a comemorar seus 30 anos de criação, o Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins (CBMTO) está celebrando a inclusão de 23 cadetes para as funções de Oficiais. A conquista é recente, e seriam apenas 15 vagas conforme o último concurso público, mas, diante da necessidade, o Governo do Tocantins autorizou a chamada de mais oito candidatos.
Na manhã desta segunda-feira, 7, na sede do Comando-Geral do CBMTO, 17 aprovados no certame foram incluídos à corporação e já estão de malas prontas para seguir a Campo Grande - MS, onde estarão em formação na Academia de Bombeiros Militar pelos próximos dois anos.
"É um avanço muito grade", reconhece o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Carlos Eduardo Farias. O comandante-geral argumenta que a corporação tinha um grande lapso de tempo entre as carreiras e isso ameaçava a cadeia de comando futuro, já que a última turma formada é de 2009, ou seja, praticamente 10 anos entre os principais postos de comando e os cadetes que estão chegando agora.
"Haverá um momento em que o militar mais antigo será coronel, e essa turma que está entrando agora ainda estará no posto de major. Pode ser que no meio do caminho não haja complemento do quadro para as funções de comando. Precisa haver coronel no processo e, com isso, poderá ter a necessidade de se dar saltos na carreira sem haver amadurecimento, ou então segurar quem precisar sair”, explicou o coronel.
Ao falar para os 17 novos cadetes e familiares, o coronel Carlos Eduardo Farias destacou a importância desse momento para a corporação e também listou os avanços do CBM nos últimos anos, fazendo um contraponto com a época em que ele chegou e considerando a pouca estrutura que havia para a execução das atividades. Um dos exemplos mencionados pelo comandante, que está há 24 anos na corporação, é a instalação da primeira piscina semiolímpica para treinamento dos bombeiros militares, que teve a obra iniciada há apenas 20 dias.
O coronel Carlos Eduardo Farias também pontuou outras obras em execução nas companhias no interior e afirmou esperar que os cadetes que entram agora, sejam futuros comandantes e avancem em suas carreiras. “Estudem, se esforcem, tentem ser os mais antigos”, frisou, em referência às notas de cada um no Curso de Formação, que dá melhor classificação para se galgar os melhores postos nas carreiras.
Entretanto, para o comandante-geral, a chegada dos 23 novos cadetes não resolve o problema do CBMTO, destacando que a inclusão de novos oficiais precisa ser um processo contínuo, ano a ano. "A continuidade da inclusão é muito importante nesse momento. A chegada desse grupo é boa, mas ainda não resolve. Se a cada ano, o Governo possibilitar a inclusão de cinco cadetes, em média, dá uma continuidade boa no processo e ajusta o sistema de saídas e chegadas na cadeia de comando. Mas vemos como uma grande conquista esse grupo que está chegando”, reconhece.
O grupo é o maior na história do Corpo de Bombeiros Militar do Tocantins, e entre os aprovados está Juliana Milhomem da Silva Gomes, de 23 anos. É a mais nova da turma e se formou em Arquitetura e Urbanismo em dezembro. Casada e mãe de um garotinho de seis meses, ela revela estar pronta e quer voltar para exercer a atividade em Palmas. "A expectativa é grande e estamos felizes por estarmos indo realizar um sonho. A gente batalhou muito pra estar aqui, a concorrência foi muito grande. Será gratificante servir ao nosso Estado e como sempre estudei para carreira militar, é uma gratificação ainda maior pra mim, ter conquistado isso aqui”, frisou Juliana.
Acompanhando a cerimônia, o chefe do Estado-Maior do CBMTO, coronel Peterson Queiróz de Ornelas, também destacou a inclusão dos 23 novos cadetes e pediu dedicação máxima de cada um durante o curso de formação. "A concorrência está entre vocês. São vários degraus. Busquem. Absorvam ao máximo. Isso vai servir para o dia a dia no comando que vocês vão exercer um dia aqui", concluiu.