13/01/2023 às 10h27min - Atualizada em 13/01/2023 às 10h27min

Peixes estão morrendo em afluente do rio Tocantins; suspeita é de contaminação por agrotóxicos

Divulgação

Há três dias peixes estão sendo encontrados mortos no rio Gorgulho, um dos afluentes do rio Tocantins, na região central do estado. Conforme denúncia do Cacique Neca, levada ao Instituto Indígena do Tocantins (INDTINS), a situação aponta para uma possível contaminação no trecho do rio.

O responsável pela Coordenação Técnica Local (CTL) de Tocantínia, João Luiz Barros, afirmou que a denúncia já chegou à da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e ao Naturatins, órgão fiscalizador de atividades que impactam o meio ambiente no Tocantins, que já realiza testes na água para averiguar a causa das mortes.

Em vídeo enviado à reportagem, o cacique Neca mostra os peixes mortos e pede ajuda da Funai e dos órgãos de fiscalização ambiental. O líder acredita que a morte é causada por contaminação de agrotóxicos na água.

“Foi um veneno muito forte, hoje está com três dias que está morrendo peixe, a gente está sem usar a água por causa desse acontecimento dos plantadores de soja e cana, tô pedindo ajuda, da justiça, do IBAMA (sic)”, disse o cacique.

No município de Pedro Afonso há grandes plantações de soja. De acordo com a Agência Safras, em 2020 as plantações do grãos no município já atingiam mais de 50 mil hectares.

Segundo o Ministério da Agricultura, em 2019, já existiam mais de 2.053 agrotóxicos para problemas fitossanitários relacionados à soja registrados no Brasil.

Segundo o dossiê Agrotóxicos e Violações de Direitos Humanos no Brasil, há pelo menos 30 comunidades estão sofrendo com poluição de agrotóxicos decorrente da cultura de soja. O documento foi produzido pela Organização Terra de Direitos e pela Campanha Permanente contra os Agrotóxicos, em 2022.

INDTINS Denuncia

O Indtins é uma organização que luta pelos direitos de Povos Indígenas no Tocantins. O instituto levanta casos de violação aos direitos indígenas e direciona os crimes à Defensoria Pública do Estado, ao Ministério Público Federal (MPF) e à imprensa regional e nacional.

Em 2022, treze casos foram expostos à mídia, a exemplo da falta de acesso à educação sofrida pelo Povo Ãwa, e da morte da menina Utai Kuheraru Iny, que não recebeu atendimento médico e faleceu. O caso agora é investigado pelo MPF.


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