Caminhoneiros interditaram totalmente a BR-153 em Paraíso do Tocantins nesta segunda-feira (31), um dia após Lula (PT) vencer a eleição para presidente da República. Eles estariam contrariados com a derrota de Jair Bolsonaro (PL).
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) disse que a interdição foi iniciada por volta das 15h30 e uma equipe está se deslocando para o local. Outra manifestação com bloqueio da rodovia começou agora no final da tarde em Araguaína, próximo ao trevo do Distrito Agroindustrial (Daiara). Segundo a PRF, a interdição começou por volta das 17h30, com cerca de 50 veículos no local. A PRF está tentando negociar a liberação para ambulâncias, ônibus e carros pelo acostamento, ficando retido apenas caminhões.
Os caminhoneiros estão ateando fogo em pneus e pedaços de madeira para impedir a passagem de veículos na principal rodovia federal que corta o Estado de norte a sul.
Um trecho da BR-153 em Alvorada do Tocantins, região sul do Estado, também ficou interditado por quase cinco horas durante manifestação de caminhoneiros. O bloqueio começou por volta das 22h40 da noite deste domingo (30/10) e a pista só foi liberada por volta de 2h40 da madrugada desta segunda-feira (31).
PROTESTOS EM VÁRIOS ESTADOS
Em todo o Brasil, há atos em estradas federais no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Pará, além do Tocantins.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que já identificou 138 ocorrências de protestos em rodovias federais em 16 Estados. A onda de manifestações teve início na noite deste domingo, puxada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que não reconhecem a vitória do candidato e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Um dos líderes das paralisações de 2018, o caminhoneiro Wallace Landim, conhecido como Chorão, divulgou na manhã um vídeo em que defende respeito ao resultado das eleições.
“Pessoal, não é o momento de parar este país”, afirma, após informar que foi procurado por muitos colegas que perguntaram seu posicionamento em relação à paralisação. “Precisamos estar alinhados, precisamos lutar pelo nosso segmento. Vamos ter responsabilidade e lutar sempre, desistir jamais - mas pelo nosso segmento, pelo nosso país. Vamos ter responsabilidade e lutar sempre, desistir jamais - mas pelo nosso segmento, pelo nosso país. Vamos aceitar, e isso é democracia”, disse Wallace Landim.
Presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), ele afirma que a paralisação vai prejudicar a economia e diz que os caminhoneiros precisam “ter um alinhamento” em relação ao novo governo para o atendimento de suas pautas.
Citou como exemplo o Projeto de Lei 1.205, em análise no Senado, do senador Lucas Barreto (PSD-AP), cujo principal ponto é retirar os valores gastos com combustíveis do preço do serviço de transporte de carga autônomo. “Isso sim, vai trazer ganho para a categoria”, frisou.