A Leishmaniose é uma Antropozoonose (doença primária de animais que pode ser transmitida a humanos) grave causada por parasitas que se multiplicam nas células de defesa do indivíduo. Infecciosa mas não contagiosa, a enfermidade se divide em dois tipos, sendo Leishmaniose Tegumentar (ataca pele e mucosas) e Leishmaniose Visceral (ataca os órgãos internos). Em todo o país, de 10 a 17 de agosto ações são desenvolvidas para alertar a população sobre os cuidados com a doença e no Tocantins, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) promove orientações para os 139 municípios.
Na sua forma Visceral a doença possui como vetor de transmissão a picada do mosquito Lutzomyia longipalpis, já na sua forma Tegumentar o vetor de transmissão pode ser o conhecido mosquito palha, tatuquira ou birigui. O ciclo de transmissão da Leishmaniose inicia na picada do mosquito em um animal silvestre no caso Tegumentar ou até mesmo em animais domésticos (Caso Visceral) infectado, contraindo desta forma o parasita, e conclui-se após picar o ser humano.
Os principais sintomas da doença nos seres humanos manifestam-se no período de 2 a 6 meses após o contato com o vetor transmissor, e podem vir como uma febre prolongada (mais de sete dias), perda de peso, aumento de volume abdominal, anemia e fraqueza.
Para prevenir a Leishmaniose algumas medidas simples podem ser tomadas dentre elas a limpeza de quintais, terrenos ou abrigos de animais, pois é no acúmulo de matéria orgânica que a fêmea do mosquito transmissor põe seus ovos, outra medida simples a ser tomada é o uso de coleira repelente nos animais, evitando desta forma que eles também fiquem doentes.
Segundo os dados do último Informe Epidemiológico sobre a Leishmaniose, realizado pela SES-TO, o Tocantins apresentou no período de janeiro a julho deste ano, 59 novos casos confirmados da Leishmaniose Visceral e 5 óbitos registrados sendo, dois na cidade de Palmas, um em Paraíso do Tocantins e dois em Porto Nacional. Quanto ao segundo tipo, o Tegumentar os dados do mesmo período trazem 155 novos casos confirmados e nenhum óbito registrado.
“Apesar da redução de casos da doença nos últimos anos, ainda verificamos uma alta letalidade, principalmente entre crianças, idosos e pessoas que vivem com HIV/AIDS. Nesse contexto, a prevenção segue sendo a melhor estratégia, com medidas simples como a destinação adequada do lixo doméstico e a limpeza periódica de quintais e abrigos dos pets. O diagnóstico precoce salva vidas, então em caso de sinais e sintomas sugestivos da doença, busque atendimento na unidade de saúde mais próxima o quanto antes”, explica o assessor técnico das Leishmanioses da SES/TO Julio Bigeli.
A Leishmaniose tem cura. No aparecimento de sintomas deve-se buscar imediatamente uma Unidade Básica de Saúde. O diagnóstico e o tratamento são gratuitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).