02/08/2022 às 09h48min - Atualizada em 02/08/2022 às 09h48min

Com estoques em baixa, Banco de Leite Humano precisa de doações para atender recém-nascidos

Divulgação
Esse mês é marcado pela campanha Agosto Dourado, que incentiva a doação de leite materno. Mas no Tocantins, os estoques que alimentam crianças que não conseguem amamentar estão em baixa.

Neste ano, mulheres doaram mais de 1,2 mil litros de leite materno no estado, sendo 740 para o Banco de Leite em Palmas, localizado no Hospital e Maternidade Dona Regina. Atualmente, 46 bebês que precisam do alimento estão sendo atendidos na unidade, mas não é suficiente.

Quem está nessa situação e precisa do leite doado é o bebê da lavradora Raiane Stefany Dias Gomes. O filho Estevão, de três meses, nasceu prematuro e está internado há três meses na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Assim que deu a luz, a mãe chegou a doar o leite que sobrava. Mas depois de tantos obstáculos, quem precisa do alimento é seu bebê.

"É um pouco de medo, de perda, ao mesmo tempo tem os momentos bons com o filho da gente, mas eu resumo em angústia", lamentou a mãe.

De acordo com a coordenadora do Banco de Leite Humano, Walquíria Pinheiro, é preciso aumentar o número de doadores, mesmo o estoque apresentando situação razoável. "Precisamos aumentar o volume de leite humano coletado para que a gente possa ter estoque para atender todos os nossos bebês que estão internados", disse.

Redução

Levando em consideração o primeiro semestre, em 2021, foram coletados 814 litros de leite que atenderam cerca de 500 bebês. Em 2022, houve a coleta de 742 litros para atender 514 bebês, uma redução de 6% nas doações. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde (SES). O número de doadoras também era 10% maior no ano passado.

"É preocupante porque quando o bebê não toma o leite materno, quando não tem o leite da sua mãe, nem sempre os bebês toleram, e isso pode atrasar a recuperação", completou a coordenadora.

A estudante Raiane Pereira também teve neném recentemente, não está conseguindo amamentar e precisou de ajuda do Banco.

"Eu não pude ir embora porque estava com problema de pressão alta. Agora, como tenho muito leite ele está empedrando e a neném não consegue mamar. A importância é que ajuda outros bebês e outras mães que não podem fazer isso", disse a mãe, que também doou leite para ajudar outras crianças.
 
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