19/01/2023 às 11h16min - Atualizada em 19/01/2023 às 11h16min

Acordo entre Juventus e Cristiano Ronaldo em 2020 é divulgado e clube é acusado de fraude fiscal

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Um documento, divulgado pelo jornal "Corriere della Sera", denuncia a Juventus de fraude fiscal em um acordo envolvendo Cristiano Ronaldo. A publicação mostra um acordo entre o clube italiano e o jogador, ainda em 2020, para adiar quatro meses de salário do astro.

A "carta secreta" já conhecida pelo Ministério Público da Itália, revela o acordo da Juve de pagar quase 20 milhões de euros (R$ 105 milhões), o equivalente a quatro meses do salário de CR7 na época. Só que a Juventus não incluiu o valor no balanço anual correspondente.
O clube disse que tinha acordado uma redução salarial dos seus jogadores para aliviar os efeitos da pandemia na economia, mas o MP descobriu, também graças a esta "carta secreta", que o acordo não era uma renúncia, mas de adiamento do pagamento de três dos quatro meses acordados (de março a junho de 2020).

O documento foi apreendido pela polícia italiana em 23 de março de 2022, segundo o 'Corriere', durante buscas realizadas na sede da Juve. O acordo foi assinado apenas pelo então diretor esportivo, o italiano Fabio Paratici.

A Juventus não adiou o pagamento apenas de Cristiano Ronaldo. Outros nomes do elenco, como o argentino Paulo Dybala e o italiano Chiellini também chegaram ao mesmo acordo com o clube italiano.

A investigação das autoridades italianas sobre irregularidades na contabilidade da Juventus começou em novembro de 2021. Procuradores de Turim analisaram os três últimos balanços financeiros do clube e encontraram indícios de crime por “falsas comunicações de empresas cotadas e emissão de faturas de operações inexistentes”.

Daí a irregularidade no documento secreto entre Cristiano Ronaldo e a Juve, assinado num momento em que o clube apresentava para a liga italiana contratos com redução de salários.

Outro problema relatado na denúncia da investigação Prisma é o pagamento de indenizações a agentes de futebol por operações (transferências de jogadores) que não aconteceram.

Entre os dirigentes já indiciados estão o ex-presidente do clube, Andrea Agnelli, o ex-vice-presidente Pavel Nedved (ex-jogador), o antigo diretor esportivo Fabio Paratici, e mais 12 pessoas. A pessoa jurídica da Juventus também foi alvo de ação da promotoria.

Agnelli, Nedved, o diretor-geral Maurizio Arrivabene e outros membros da alta cúpula da Juventus deixaram o clube por causa das diversas acusações.


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