Fernando Sarney, irmão do ex-presidente da República, José Sarney. Ele foi designado para duas missões muito difíceis nas reuniões da Conmebol que aconteceram aqui em Doha, no Catar.
A primeira era "impossível".
Fazer com que os outros nove países que disputarão as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026 aceitassem nova fórmula de competição.
Ainda mais agora, que serão 48 seleções nos Estados Unidos, deixando a disputa ainda menos atraente. Já era mais do que previsível, com cinco equipes classificadas e a sexta jogando a repescagem. Vai se tornar menos atraente ainda, com seis países classificados e ainda há a sétima vaga possível em uma repescagem.
Ou seja, cada equipe terá de jogar 18 vezes. Para o Brasil e a Argentina, que são muito superiores aos demais, a competição é monótona, desinteressante e não acrescenta nada em termos reais de preparação para a Copa.
Sarney, com ordem de Ednaldo Rodrigues, propôs, em vez de todos enfrentarem todos, uma vez em casa e outra fora, uma outra saída. Dois grupos de cinco. Com todos se enfrentando dentro do grupo. Três se classificariam. Os últimos disputariam um play-off, para chegarem à repescagem.
A Argentina, que era aliada, traiu o Brasil. Por conta do dinheiro da transmissão dos jogos.
A manobra da AFA já era prevista, por conta de sua péssima condição financeira.
A CBF divulgará seu balanço de 2022 com mais de R$ 1 bilhão de ativos outra vez.
Como compensação, Sarney deixou claro que o Brasil não está disposto a iniciar as Eliminatórias em março, como as outras seleções desejam.
E, sim, em junho.
O motivo tem nome: Neymar.
A cúpula da CBF acredita que um semestre seria suficiente para o jogador se recuperar do fracasso da seleção aqui no Catar.
Ele está muito abalado psicologicamente.
E seis meses fora da seleção, focado em ganhar a Champions pelo PSG, foi visto como ideal, para afastar a ideia de não mais defender o Brasil.
Um novo técnico estará trabalhando desde janeiro, promete o presidente Ednaldo Rodrigues. E se ele for mesmo estrangeiro, precisará de um tempo para se adaptar.
O grande entrave é que o Brasil está sozinho nessa briga.
A pandemia mexeu no calendário. E o Mundial será daqui a apenas três anos e meio.
Por isso, a pressa da Fifa e dos outros países sul-americanos.
Sarney garante que o Brasil vai insistir por uma tabela só sua, começando em junho.
E de preferência em um estado nordestino.
Onde a seleção é sempre mais bem tratada depois dos fracassos.