A primeira captação de múltiplos órgãos no Tocantins de 2023 foi realizada nesta sexta-feira (20/01). A ação ocorreu graças à autorização da família de um paciente de 20 anos que evoluiu para morte encefálica no Hospital Geral de Palmas (HGP).
Foram captados rins, fígado, coração e córneas, que poderão beneficiar até cinco pacientes da fila nacional de espera por um transplante. Os órgãos foram para os estados de São Paulo e Tocantins, além do Distrito Federal.
“Sempre é um momento muito delicado. De um lado, temos uma família que perdeu seu ente querido, mas que, ainda assim, se colocou no lugar do outro e consentiu com a doação. Do outro, temos cerca de cinco pacientes que podem receber esses órgãos e, graças a esse 'sim' da família, poderão recuperar a esperança”, disse a responsável pela Central de Transplante do Tocantins (CETTO), Suziane Aguiar Crateús Vilela.
No Tocantins, a captação de órgãos teve início em 2018 e já soma 37, sendo 14 só em 2022.
Processo de captação
O Tocantins possui uma Central de Transplantes, credenciada pelo Ministério da Saúde (MS), que tem como principal função a gestão de todos os processos que envolvem doação e transplante no estado.
As equipes de profissionais da CETTO, da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), da Organização de Procura de Órgãos (OPO) e do Banco de Olhos Público do Tocantins (BOTO) trabalham com afinco e contam com apoio de servidores da Secretaria da Segurança Pública (SSP), que atuam no Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAER) e da Polícia Militar do Tocantins (PM).
"Essa parceria com a Central de Transplantes do Tocantins é muito gratificante porque sabemos que esse órgão que transportamos vai salvar uma vida. É uma situação delicada que requer essa agilidade no transporte e temos o maior prazer em contribuir", destacou o diretor do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAER), Major Gustavo Bolentini.
Como doar
Para que aconteça a doação, é necessário que a família tenha conhecimento do desejo de ser doador, uma vez que parte dela a autorização para captação dos órgãos.
A autorização deve ser concomitante ao quadro de morte encefálica, ou seja, quando ocorre uma perda definitiva das funções do cérebro e, por isso, a recuperação do paciente não é mais possível.